Background

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ano novo


Chega  ao fim de mais um ano, mais um ciclo que se encerra e maior a minha perplexidade diante de gente que diz, ‘ah, mas esse foi o pior ano da minha vida, espero que ano que vem seja melhor’, gente que repete isso há anos.
Os anos são uma maneira de dividir o nosso tempo, facilitar o registro, a contagem, assim como os meses, as semanas, os dias, as horas mas tudo isso faz parte de um mesmo ciclo – você está lendo esse texto e está um dia mais velho, amanhã quando você acordar, terá envelhecido mais um pouco, estará mais perto do fim, mais longe da juventude naturalmente e o seu papel diante disso não é se deixar levar, deixar acontecer – viver é resgatar.
Um dia mais velho é também um dia mais sábio, não há como se tornar experiente sem ter vivido, ouvido, observado, sem saber aproveitar aquilo que está diante de nós dia a dia. Todos os anos serão ruins, desinteressantes, sem brilho, sem novidades para quem não está disposto a resgatar a beleza que se esconde atrás de um rosto cada dia mais velho, resistente aos melhores disfarces – nada é bom pra quem não sabe onde chegar. Sem metas, sem planos, sem alvo e sem destino, nada é suficientemente agradável para alguém que não tem noção do que é bom e satisfatório.

Aquela criança arrumadinha, desprotegida, que se sentia corajosa, forte, livre de todo mal e cheia de pureza não fica pra trás, fica pra dentro. Quanto mais a gente envelhece, mais lembranças e mais cheio fica o nosso interior de lembranças do passado. As rugas significam isso, é o tempo de se libertar, colocar o peso pra fora, aquele peso que carrega o rosto, o peso do amor, das lembranças, do sorriso e o mais cruel, o peso da saudade – viver é também carregar muitas despedidas dolorosas.  Toda beleza está em saber ver o tempo, admirá-lo enquanto se está, inevitavelmente preso nele enquanto os ponteiros arranham mais o peito em cada avanço – todos os dias dão a mesma volta  e permanecem jovens, os relógios não sabem onde querem chegar, mas nós sabemos bem pra onde estamos sendo levados: pro fim, pra beleza de se tornar eterno.

2012 foi o ano mais incrível, imaginei que nada superaria meu 2011 e o intercâmbio, os ares europeus, os novos amigos, a nova casa, a nova cidade e tudo novo, mas 2012 me trouxe de volta o velho amor, mas com roupa nova, tudo novo.  O ano em que fui escolhida para ser a mulher dele a vida inteira, fui pedida em casamento e a cada dia só vejo as coisas caminhando pro melhor, em todas as áreas.
Há um alvo fixo para todos os anos: ser melhor. Não há ano ruim para quem está disposto a melhorar, para quem se permite ser melhorado.
De braços abertos, olhos atentos e um sorriso fixo e bem aberto eu espero por 2013, sei que será melhor – a tendência é melhorar, prosseguir para um futuro cada vez mais doce.
Amor é a resposta.