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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A ideia de recomeçar

Abafou a dor como se ninguém precisasse saber que aquilo doía, que ela sentia. Criou mil teorias que justificassem a ausência de dor, a pressa de recomeço e camuflou, de um jeito bem bonito a ferida mais feia e aberta que havia.
Mas esqueceu que o tempo sabe onde ficam as feridas e quando tudo resolverá derreter, toda maquiagem sumir, todos os curativos se tornarem ineficazes e provocar aquela imensa bagunça: a razão se perde entre tantos caminhos e nenhuma alternativa realmente eficaz e o coração fala mais alto querendo gritar aqueles medos.
O coração não sente necessidade de colaborar e a torna boba, amarra a razão com correntes de prata e a deixa sentada no cantinho da parede, como se fosse um castigo eterno, como se nunca mais fosse conseguir sair dali e institui a bagunça: transforma seu rosto quando o vê, desacelera e acelera sem o menor critério, enche seu estômago de borboletas nervosas, pinta seu rosto com um vermelho indiscreto e acentua o rubor das maçãs do seu rosto pra que fique claro, óbvio, pra que seja um grito alto, abafado e estridente.

Quem vê aquele sorriso e aquela doçura não imagina que, no seu interior, tudo está prestes a sucumbir. Não há quem consiga imaginar como é ter a razão amordaçada e todas as teorias fundamentadas em argumentos ridículos ou contundentes foram colocadas em desuso da maneira mais cruel.
Ninguém consegue imaginar que o amor chegou.

8 comentários:

Anônimo disse...

Que bom que vc voltou a escrever. Vc sabe que tem um talento nato. Felizes são aqueles que podem desfrutar da sua companhia todos os dias.

Thatiane disse...

Hoje posso dizer que suas palavras vem me ajudando a dizer coisas que não consigo. Sufocada sem organizar meus pensamentos e sentimentos, você vem e diz tudo....Obrigada!

Weslley Almeida disse...

Olá, Layz!
Voltando aqui pra dialogar com vc.
Sua escrita é gostosamente incisiva nesse texto.
O título me chamou à atenção pelo meu momento de vida.
Quero fazer menção a esse trecho "amarra a razão com correntes de prata e a deixa sentada no cantinho da parede". Boa definição pra relação razão X paixão/amor.
Mas o que me chamou a atenção foi "enche seu estômago de borboletas nervosas". Caramba. De onde você foi tirar isso... Que imagem agonizante, e ao mesmo tempo, inusitadamente criativa.
Parabéns.
Até os próximos diálogos.

Danusa disse...

Ahhhhhhhhhh vc voltou mesmo!!! Que lindo!!! Amei o novo visual tb!!! Bjos!!!

BelaTeixeira disse...

Que coisa boa vc que voltou ao Doces Confissões!!! Como senti sua falta...
Andava em dívida de não procurar notícias suas... mas (suas palavras continuam sabendo definir muito bem certos sentimentos meus) 'quem vê meu sorriso e doçura não imagina que, no meu interior, tudo andou sucumbindo'.
Bom te ter de volta! Não some! =*

Muita (c)Alma Nessa Hora disse...

Oie, Layz! Há quanto tempo não passo por aqui. Lembra de mim? Do blog umpardeasas.blogspot.com ;)

Voltei a escrever com duas amigas e estou no http://muitaalmanessahora.blogspot.com/ depois dá uma passada lá.

Eu tava com saudades daqui, sempre gostei dos seus textos. E esse seu ultimo post, em especial, me fez repensar certas coisas. Ai essa dor que tentamos abafar e o tempo não esconde. E se esconde, nos acha de novo. "Enche seu estômago de borboletas nervosas..." Preciso sentir isso de novo, de verade.

Beijos

Iasminne Fortes

Soninha disse...

Que lindo seu blog! Parabéns!
Seguindo!
http://soninha370.blogspot.com/

Iasminne Fortes disse...

Ei, Layz... desejo isso baixinho, todos os dias:

'Ninguém consegue imaginar que o amor chegou.'

Iasminne

ps: voltei com meu blog pessoal.