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quarta-feira, 27 de junho de 2012

É amor, eu sei


Você sabe que é amor quando ele te transborda.
Não é se sentir completa, é se sentir plena, transbordando, não cabendo num corpo só. Mas toda essa loucura acontece num silêncio e numa calmaria que são assustadores.
É amor quando o cheiro dele fica em você e aí você se pega sorrindo, desejando aquilo todos os dias, pela vida inteira, mas sem pressa, sem urgência, no tempo certo, sem desvarios.
Acontece apenas uma vez na vida e, até os mais frios e racionais se rendem e admitem: vivi até aqui só pra descobrir você, conhecer você e pronto, tudo que vier depois é consequência, não é tão importante como ter ao lado o grande e esperado amor, que desconstruiu mitos, que jogou fora o seu medo, que te fez enxergar mais longe, projetar com mais cuidado,ouvir com mais carinho, falar com mais cautela.
É ele dizer que você é a melhor de todas, a mais bonita, a que se veste melhor, a que melhor sabe se maquiar, o cabelo mais cheiroso, o corpo mais bonito, o sorriso mais lindo e que tudo serviu pra ele te amar mais e se apaixonar ainda mais.
Não há nada melhor que sentir que o seu sorriso preenche o olhar dele, que a sua voz é melhor que o som do carro tocando a música de vocês, que o seu cheiro é mais interessante que qualquer outro - só quem já coube no amor de alguém, completou o espaço exato de pertencer ao outro, se sentiu plena, completa, transbordando, só quem já viveu isso sabe o quanto vale a pena esperar pelo grande amor.

Finalmente, você de novo, nós pra sempre.

<3

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O reencontro



Chegou num dia qualquer, quando a rotina já tinha sufocado e o sol muito forte, o calor intenso do meio dia tirava a vontade de viver, de sorrir e cobriam tudo com aquela melancolia, a queda de pressão e o desejo avassalador de um quarto escuro, gelado e sua cama macia, vazia.  Chegou quando não tinha nada preparado, quando as evidências se esconderam e nem a lógica poderia acertar, não era passível de previsão, não tinha mais razão e nem motivo – chegou quando a segurança pestanejou e fugiu, quando o coração resolveu se acomodar.
Era um choque a mudança de ares e a confusão era grande, não sabia onde colocar as malas, não sabia o que fazer com aquele vestido preto, elegante que outrora foi tão útil, não tinha espaço para o coração que chegou renovado de tão longe, não cabia em nada, só o espaço de você preencher que continuava aqui, tão seu.
Não deveria acontecer, mas a cada nova canção o arrepio era inevitável, incontrolável, era muito forte ver você caber num refrão qualquer – tanta fantasia.  E como se fosse proibido, como se fosse a primeira vez, como se nunca tivessem se visto, se permitiram o reencontro. Dessa vez de malas cheias e sem culpa, sem muitas perguntas, pouca vontade de responder e um estranho desejo louco de ficar a tarde inteira se olhando, se olhando, se olhando, se olhando... No dia que o coração decidiu deixar que os olhos fizessem tudo primeiro, o primeiro beijo, o primeiro abraço, a primeira lágrima de saudade e a pergunta que gritava toda vez que se viam – ‘como conseguimos ficar tanto tempo separados?’. Ninguém se completava daquele jeito, nenhuma voz tinha o tom ideal, nenhum defeito tinha a medida exata de se tornar suportável, nenhum abraço acolhia tanto.
A vida inteira será pequena e não terá espaço suficiente pra abrigar a gratidão por estarem juntos novamente, tão completos, tão dispostos e longe dos olhos invejosos, dos corações tão sufocados por espinhos, dos sorrisos amarelados ; perto de quem consegue sentir cheiro de amor, de quem é capaz de deduzir eternidade, de quem é capaz de ler sorrisos e olhares que brilham tanto cheios de coragem pra caminhar por qualquer estrada desde que o destino seja o ‘pra sempre’.